Com negócio que surgiu na pandemia, Luciano Luft, da Luft Logistics, e Celso Athayde, da Favela Holding, criam joint-venture para atender 5 mil comunidades.
A pandemia gerou uma onda de solidariedade que multiplicou as doações no Brasil. Em dinheiro, o valor ultrapassou os 6 bilhões de reais só em 2020, mais do que o dobro da média anual. Toda essa generosidade, no entanto, gerou um gargalo logístico. Com tudo parado, como fazer para que a comida e os produtos doados chegassem a quem precisava?
O problema principal estava na chamada última milha, o pedacinho do caminho que vai do centro de distribuição até o consumidor. Nas favelas, por exemplo, há dificuldades intrínsecas, como a falta de um padrão de numeração das casas, ou mesmo a inexistência de um endereço — atualmente, existem 17 milhões de brasileiros sem um endereço formal.
Desse desafio surgiu uma parceria que se transformou em negócio. A Favela Log, empresa logística focada em favelas, e a Luft, uma das maiores operadoras logísticas do país, anunciaram recentemente a criação de uma
joint venture que buscará atender as mais de 5 mil comunidades existentes no Brasil. Serão investidos 7 milhões de reais na companhia, que se chamará Favela LLog, com um “L” a mais de Luft.
O empresário Celso Athayde, fundador e CEO da Favela Holding criou a Favela Log em 2014, a partir de um acordo com a P&G. A empresa passou a atender outras grandes companhias, como a Natura, que já distribuiu em favelas mais de 3,5 milhões de produtos. “Trabalhamos com a Favela Log no Rio de Janeiro desde novembro de 2016. Hoje, estamos em 112 favelas com nível de efetividade de 98,5%, em vendas diretas e comércio eletrônico”, afirma Raphael Duarte, coordenador regional de logística da Natura.
A entrada da Natura no mercado de favelas se deu, com a Favela Log, por meio do Projeto Recomeço, da Cufa, que promove a contratação de egressos do sistema prisional. Esse também é um foco da nova joint-venture. “Esse trabalho social vai além da oportunidade no mercado. Estamos proporcionando o recomeço da vida profissional de uma mãe e pai de família, isso é muito gratificante para nós que estamos acompanhando de perto a vontade de cada um deles nessa nova fase”, afirma Kalyne Lima, copresidente da Cufa.
Fonte: Exame
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https://exame.com/esg/favelas-no-brasil-terao-empresa-logistica-dedicada-e-que-vai-gerar-emprego
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