Por que, mesmo com diversos benefícios, os investimentos na malha ferroviária não são feitos?
Um transporte mais rápido, mais barato e menos poluente poderia impulsionar a infraestrutura brasileira e reduzir os gargalos logísticos do Brasil. Mas por que as ferrovias não recebem atenção?
Especialistas do setor trazem alguns fatores que atrapalham o desenvolvimento da malha ferroviária.
O principal deles é que falta continuidade nos projetos de planejamento logístico do país. Como a construção de novas ferrovias é um projeto de longo prazo, esse plano acaba sendo prejudicado pelas trocas de governo no Brasil – que normalmente significam o abandono de projetos antigos em nome de renovação da agenda.
Outro problema, é que o prazo das concessões ferroviárias no Brasil, que hoje dura 30 anos, é muito curto, e o planejamento de uma ferrovia é de longo prazo, cerca de 60, 70 anos, o que afasta os investidores.
Uma rede ferroviária ampla e interligada beneficiaria todo o processo produtivo e o escoamento das exportações brasileiras. Um estudo da EAESP/FGV e do Ipea mostrou que as ferrovias representam apenas 15% da estrutura de transportes no Brasil, um percentual considerado baixo.
A predominância do transporte rodoviário (65% do total) atrapalha o trânsito nos grandes centros, é mais poluente, deixa as empresas mais suscetíveis a roubos de carga, custa mais e leva a mais acidentes.
Um vagão graneleiro comporta, em média, 100 toneladas* de grãos, enquanto um caminhão bi-trem transporta apenas 36 toneladas, segundo o comparativo dos especialistas. Mesmo assim, o país tem mais de 300 mil quilômetros de rodovias, e pouco menos de 30 mil quilômetros em ferrovias.
Com a substituição gradual do transporte agrícola pelo sistema ferroviário, a economia estimada seria de 30%, devido à maior capacidade dos trens. Outro problema, no entanto, é que a grande maioria (22 mil km de um total de 29 mil) das ferrovias brasileiras foi construída com bitola métrica, um método considerado ultrapassado e menos seguro.
A substituição também acarretaria em uma economia de 15,8 milhões de reais anuais em gastos com acidentes de trânsito, uma vez que menos caminhões circulando acaba por diminuir o número de acidentes.
Outro fator importante é o ambiental. Atualmente, o transporte rodoviário é responsável por 95% das emissões de gás carbônico (CO2), enquanto o ferroviário representa apenas 5%.
Veja um resumo dos benefícios das ferrovias sobre as rodovias:
Confira a matéria completa em:
https://exame.com/brasil/por-que-o-brasil-nao-investe-em-ferrovias-e-por-que-deveria-investir/
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