Alimentos à base de cannabis: quanto o Brasil deixa de ganhar com a proibição?

Alimentos à base de cannabis: quanto o Brasil deixa de ganhar com a proibição?

A cannabis sativa tem sido amplamente reconhecida por seus benefícios na medicina. Porém, ainda enfrenta obstáculos regulatórios e preconceitos arraigados em muitos países, como no caso do Brasil. No entanto, o cânhamo, uma variedade da cannabis, pode desempenhar um papel decisivo no futuro da alimentação.


Essa planta é rica em proteínas, aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais, ácidos graxos e fibras, sendo considerada um superingrediente devido ao seu valor nutricional e ao baixo impacto ambiental de seu cultivo. Essas características são especialmente bem-vindas em tempos de crise climática e insegurança alimentar global.


Para Thiago Ermano, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), o cânhamo tem potencial para se tornar uma commodity semelhante à soja e ao milho.


Em 2022, o consumo mundial de cânhamo como ingrediente cresceu quase duas vezes mais rápido do que o de alimentos enriquecidos com chia e linhaça, que possuem propriedades e aplicações semelhantes às da cannabis.


Em países onde seu uso já é permitido, a cannabis está sendo utilizada na produção de proteínas alternativas, suplementos alimentares e bebidas. De acordo com a consultoria Data Bridge Market Research, o mercado global desses produtos está previsto para atingir quase US$ 12 bilhões até 2029, com uma taxa de crescimento anual composta de 10,4%.

 

No Brasil, a venda e o consumo de produtos alimentícios feitos ou enriquecidos com cannabis ainda são proibidos, mas já estão em processo de regulação no Ministério da Agricultura. Segundo estimativas do presidente da Abicann, os alimentos e bebidas à base de cânhamo poderiam injetar de US$ 6 bilhões a US$ 7,5 bilhões por ano na economia brasileira.

A Arghi é pioneira no transporte de produtos derivados da cannabis para todo o Brasil, contribuindo no atendimento de pacientes que necessitam desses produtos para o tratamento de doenças crônicas

Benefícios ambientais e econômicos do cultivo de cânhamo


Além do seu alto valor nutricional, o cultivo do cânhamo pode contribuir para a recuperação do meio ambiente. Segundo Ermano, da Abicann, 70% das terras agrícolas brasileiras são adequadas para o plantio dessa planta. A cannabis tem dificuldade para florescer apenas em regiões muito quentes e úmidas.


As lavouras de cânhamo consomem menos recursos naturais do que as culturas convencionais, como a soja, por exemplo. Em termos de consumo de água, o cânhamo utiliza apenas um terço da quantidade necessária para o cultivo da soja. Além disso, a cannabis não exige o uso de agrotóxicos.


As raízes longas e robustas da cannabis sativa vão até 70 centímetros de profundidade, atingindo camadas mais profundas do solo em comparação com as lavouras tradicionais. Esse fator permite que o cânhamo traga nutrientes do solo para mais perto da superfície, aumentando a produtividade das demais culturas quando cultivado em consórcio. Além disso, a cannabis sativa é eficiente na absorção de carbono, contribuindo para o sequestro desse gás de efeito estufa.


Portanto, o Brasil tem um potencial inexplorado quando se trata dos alimentos à base de cannabis. Ao permitir seu cultivo e o desenvolvimento de produtos alimentícios enriquecidos com cânhamo, o país pode não apenas impulsionar sua economia, mas também se beneficiar das propriedades nutricionais da planta e contribuir para a recuperação do meio ambiente.


Fonte: Neofeed

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